terça-feira, 26 de agosto de 2008

O que como (Textos Perversos)

porGuto Maia
>>>Um dia acordei, e vi que eu não era exatamente aquilo. Não queria ser exatamente somente aquilo. Não conseguiria jamais chegar a ser exatamente aquilo. Decididamente, eu não queria me tornar, viver e morrer somente aquilo. Então, fui sumariamente expulso de novo, por mim mesmo. Fui procurar minha turma de novo. Ou nova turma novamente. E, eis-me aqui de novo, batendo na tua porta... Voltei, agora pra ficar. Ficar? Ficar, o cacête! Certamente, (ainda) não! Pensa que sou burro? Burro eu era no texto de cima. Agora não!Tô só tomando fôlego. Não gosto da tua mão gelada. Gente do nosso barro, quanto mais instigada, mais aguerrida fica. Somos como o touro na arena. Quanto mais pares de banderilhas no lombo, mais agressivo ele se torna. A única diferença é que o touro não sabe quem vai morrer primeiro. Nós sabemos. Torquato dizia: "Leve um boi e um homem ao matadouro. Quem berrar mais na hora da morte, é o homem, nem que seja o touro!" Demorei para entender essa frase humanista e bovina, talvez, porque sou um pouco burro... Mas, a arte tem dessas coisas que a própria razão desconhece, não são para serem entendidas, apenas sentidas. Quem se expressa na arte, lambe tanto a ferida que fica impossível cicatrizar.>>>
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